domingo, 10 de novembro de 2013

As vaias foram para Vado da Farmácia ou para Lula Cabral?

Por Alcides Santos Filho*


No último dia 31 de outubro, no culto de louvor e adoração em comemoração ao Dia Municipal da Reforma Protestante e Ação de Graças, na inacabada Praça 9 de julho, na pista lateral da PE 60, cerca de 50 mil pessoas, segundo informações do site da Prefeitura, aplicaram uma sonora vaia no Prefeito Vado da Farmácia (PSB).



A vaia ou apupo é um ato público de demonstrar desaprovação a alguém ou a alguma coisa. Em casos de extrema desaprovação pode ser acompanhada de objetos arremessados no palanque, como ovos e tomates. É provável que as vaias tenham surgido na Grécia Antiga, em que as execuções eram recepcionadas com aplausos ou com vaias, dependendo do gosto do espectador. 

No Cabo de Santo Agostinho, depois dos apupos, veio o show do cantor, compositor e pastor evangélico Thalles Roberto, que a um custo de R$ 83 mil reais pagos pela Prefeitura, cantou as suas principais canções, como Casa do Pai, Deus do Impossível e Deus da Minha Vida, entre outros hits.

Na verdade, as vaias somente foram cessadas pela intervenção de um dos integrantes do Conselho de Pastores, organização responsável pelo evento com o apoio da Prefeitura, alertando que era um evento evangélico de exaltação ao Senhor e não um evento para se dar vaias em quem quer que seja e, muito menos em uma autoridade. Já o Prefeito, em seu discurso, preferiu avisar que as vaias vinham de intrusos no meio do povo, mas não conseguiu identificar quem eram esses 50.000 intrusos que lhe apuparam.

Para o público em geral, ficou uma dúvida: prá quem foram as vaias?

Seriam para o Prefeito Vado da Farmácia que utilizou o evento para mostrar alguns ônibus escolares e algumas ambulâncias adquiridas pela Prefeitura?

Seriam, ainda, para o Prefeito Vado da Farmácia por estar acompanhado pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte e pelo Deputado Estadual Everaldo Cabral?

Seriam por conta do abandono da cidade ou pelo abandono das obras como a própria Praça 9 de Julho, das Praças da Vila Social ou das obras do canteiro da Avenida Getúlio Vargas?

Seriam pelo abandono do Distrito de Ponte dos Carvalhos, que passou quase cinco meses ilhado por conta do buraco na antiga BR 101 – Sul?

Seriam pelo caos na saúde com o iminente fechamento do Hospital Infantil e a precariedade do Hospital Mendo Sampaio?

Seriam pelo trânsito caótico da cidade, onde as viaturas apresentadas pelo Prefeito no evento não terão nem onde estacionar?

Seriam pelo abandono do Mercadão que as gestões de Lula Cabral e Vado da Farmácia transformaram num centro de distribuição de drogas e prostituição?

Seriam pelos R$ 97 milhões deixados por Lula Cabral em “Restos a Pagar”, conforme denúncia feita pelo próprio Prefeito Vado da Farmácia, numa rádio da capital e que está sendo investigado pelo Ministério Público de Pernambuco?

Seriam pela não realização do Festival da Juventude, sob a alegação ridícula de “crise internacional” divulgada numa Nota Oficial da própria Prefeitura?

Seriam para o ex-prefeito Lula Cabral, que circulava no evento acompanhado de alguns ex-secretários da Prefeitura e foi o principal responsável pela eleição de Vado da Farmácia?

Ou, na verdade, seriam para os dois: Lula Cabral e Vado da Farmácia? O que você acha?

Fiquem todos e todas em paz.


*O Ponto de Vista na Rede agradece a colaboração do Sr. Alcides Santos Filho, cidadão cabense que participa ativamente em diversos grupos e fóruns de debates em redes sociais, expondo pontos de vistas sobre assuntos diversos, em especial sobre a política local.

Um comentário: